Não costumo escrever aqui sobre budismo especificamente. Foco no contexto laico. O último texto foi uma exceção, mas ele acabou trazendo diversas pessoas que, imagino, estejam interessadas em conteúdo budista.
Costumo reservar esse conteúdo para o site do centro budista onde atuo. Lá, fazemos a meditação de Avalokiteshvara (online) aos sábados, seguida de esclarecimentos/aula.
É lá também que estou publicando a tradução do tibetano do Ornamento da Liberação Preciosa, de Gampopa, conforme vou terminando. Em alguns meses, estará concluído também esse que é um dos clássicos mais importantes do budismo tibetano, especialmente para a linhagem Dagpo Kagyu, por unir o lamrim Kadampa com o Mahamudra dos mahasiddhas.
Segue aqui um trecho do capítulo sobre amor e compaixão, que concluí esta semana:
O cultivo da compaixão possui qualidades imensuráveis. A Descrição da Realização de Avalokiteshvara diz:
Se houvesse apenas um ensinamento, como se todos os ensinamentos do Buda estivessem na palma da mão, qual seria? Isso é a grande compaixão.
O Sutra que Reúne Perfeitamente as Qualidades diz ainda:
Ó Bhagavan, é assim: onde quer que esteja a roda preciosa de um rei tchakravartin, ali estará todas suas tropas. Ó Bhagavan, é assim: onde quer que esteja a grande compaixão de bodisatvas, ali estará todas as qualidades do Buda.
O Sutra dos Segredos do Tathagata diz ainda:
Ó Senhor dos Segredos (Vajrapani), a sabedoria primordial da onisciência tem como raiz a compaixão.